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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
          que vão formando os maiores, que são os tributários. “É como se o
          rio fosse um coração que precisasse de sangue para não parar de bater.
          Afinal, é um grande ser vivo. Salvá-lo envolve uma série de altos em-
          preendimentos. Não é possível que ações simples revertam a situação.
          A volta das águas é a resolução de uma parte do problema”, afirma o
          jornalista. O assoreamento com o leito raso dá a impressão de “cheia”,
          que é falsa.

               É questionado sobre como consegue ganhar um importante
          prêmio nacional morando em Montes Claros. Justifica, explicando
          que faz um jornalismo amplo, compromissado, aprofundando, ver-
          dadeiro, para contribuir com a sociedade. Não faz uma matéria para
          prêmio, mas faz uma reportagem de interesse público, não imaginan-
          do que esteja fazendo jornalismo com outro objetivo. Sendo assim
          não engessa a profissão. Sabe apenas que precisa ter a matéria pronta.
          Quando o material tem qualidade, o próprio jornal pode inscrevê-lo
          para o prêmio, especialmente quando há repercussão. É preciso que a
          abordagem tenha algo absolutamente novo.
               Para Luiz Ribeiro, em geral, o leitor vê na TV e amplia sua in-
          formação no jornal impresso, pois este aprofunda e analisa, manten-
          do a tradição de maior confiança e respeito pela informação. Assim,
          contrariando os prognósticos, o formato papel vai continuar, mas o
          jornal também poderá ser lido no formato virtual. Trabalha ainda em
          dois jornais virtuais, suas versões e atualizações, nos quais procura
          satisfazer a todos os tipos de leitores.

               O premiado jornalista acredita que “o bom jornalismo é um
          exercício diário de aprendizado. É preciso me reciclar a cada momen-
          to e ter humildade para aprender sempre”. E ainda: “o jornalista não
          prende e nem julga, não é delegado e nem juiz. Busco apurar com
          provas materiais e testemunhais, porém, mesmo falando com mais de
          uma fonte, eu não sei onde está a verdade. A função é informar, sem
          exercer o papel de investigador ou de polícia. Deixar cada autorida-
          de, inclusive o Ministério Público, cumprir o seu papel. Acabo sendo

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