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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
              queno município do Distrito Federal, que apresentava documentação
              falsificada de intervenções na saúde, as quais não tinham acontecido.

                    Em 2012 e 2013 fez a matéria “Sertão grande”, que reconsti-
              tuiu os caminhos de Riobaldo e Diadorim em “Grande sertão: vere-
              das”, que tem o norte de Minas como o ambiente de um dos livros
              mais importantes da Literatura Mundial. “Temos costumes, jeito es-
              pecífico e uma maneira de lidar com as coisas, culinária tradicional,
              coisas únicas e nossas. Isso é Patrimônio Cultural”, explica Ribeiro.
              Com esta matéria foi finalista do Prêmio Esso, ficando com menção
              honrosa. Sentiu-se como se contasse sua própria história, pelo grau de
              domínio do tema. Isso faz diferença para quem escreve. E para quem
              lê.
                    Uma matéria de 2013 acompanhou o processo de seca. Os rios
              perenes tornaram-se intermitentes, os intermitentes secaram de vez, e
              as nascentes desapareceram. A região oeste do estado também secou,
              ocorrendo uma ampliação, e definindo-se uma nova fronteira para a
              seca. Na região norte a ameaça de desertificação ficou mais iminente.
              Isso foi antes da falta d’água chegar à região sudeste, e serviu de alerta
              aos governantes e à população sobre a redução de água disponível. Em
              Minas, dezenas de cidades entraram na lista do desabastecimento de
              água. No período avaliado, a seca deixou de ser um problema local
              para se tornar algo bem maior. Aconteceu uma espécie de premonição
              em cima de dados concretos, dando visibilidade ao problema com
              ligeira antecedência.

                    Anteriormente fez uma matéria denominada “Ilhados do Mun-
              do, no século XXI”, enfocando o desconhecimento das inovações, da
              tecnologia, da luz elétrica e até mesmo das mudanças na linguagem
              de pessoas que residiam nas ilhas do Rio São Francisco. São testemu-
              nhas da degradação do rio, e afirmaram nunca ter visto a situação tão
              crítica. O Rio da Integração Nacional vem sendo destruído ao longo
              da história. Tudo começa na nascente. A água vai se juntando, o leito
              vai tomando força à medida que mais água vem de afluentes menores

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