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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
              de, a antiguidade do chegar e do sair dos bandeirantes, o cuidado de
              Fernão Dias em organizar a posse e a segurança das terras, deixando
              homens e mulheres em situação família. Admirável a abertura de es-
              tradas, a fundação dos garimpos, os princípios religiosos que até hoje
              sacralizam as convivências. Roceiros, lavradores, criadores de gado,
              faiscadores de ouro, garimpeiros do verde-azul de preciosas pedras,
              - toda uma gama de trabalho honesto - representaram o progresso
              inicial e o apetite de beleza do sempre. Para um conhecimento mais
              preciso, importante ler e analisar o texto do bispo D. João Antônio
              Pimenta, que viveu por lá o bom tempo de um ano, e a carta de encô-
              mios magnificamente escrita pelo Monsenhor José Ozanan, nos idos
              de 1980. Poucas vezes, pude ver e sentir uma religiosidade tão pura
              como a vivida até hoje em Itacambira. Pergunte isso a Jorge Ponciano
              e ao padre Jorge Luís Hugrey.       
                    Tecendo este prefácio para o livro de Dário Cotrim, acredito
              com a mais justa modéstia de quem trata a situação com um carinho
              quase santificante e um entusiasmo que só pode sentir alguém gerado
              e nascido no interior de Minas, esta Minas Gerais, território e nação
              que nunca faltaram à brasilidade de tudo que há de melhor no mun-
              do. Cada palavra - sentida e trabalhada - é, espero, uma contempla-
              ção, uma viagem literária, um fio de poesia pessoal e coletiva. Chego a
              acreditar que todos os meus leitores - também leitores do livro de Co-
              trim - estarão convictos de que, estando ou vivendo em Itacambira,
              poderemos sempre vivenciar um deslumbrar de sonhos, um alvoroçar
              de sentimentos, um magnético agradecer a Deus a permissão para
              tanta grandeza e tanta majestade. Falando no sério ou no fantástico,
              posso afirmar que a felicidade não é propriamente uma estação à qual
              chegaremos, mas uma agradabilíssima forma de ser e viajar.
                    Mil vezes os mais sinceros agradecimentos, a você, historiador
              Dário Teixeira Cotrim, por permitir essa grandiosa visão do real, do
              humanamente sensível e da encantadoramente poética história de Ita-
              cambira!  Que este álbum histórico seja o mais legítimo documentário

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