Page 23 - DEUSA DAS LETRAS
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A Deusa das Letras


                    Em seguida faz referência a Constancio Vigil, escritor uru-
              guaio, que narra diversas situações em que a vida fecha um ciclo.
              Acontecem nascimento, crescimento, apogeu, declínio e morte.
              “Tudo no mundo é assim”, ela diz, “inclusive vários impérios e
              até mesmo o sistema solar, no qual os planetas giram em torno
              deles mesmos, então em torno do sol, que pertence a Via Láctea,
              e que caminha para um lugar que não sabemos qual é”.

                    Foi uma visita informal, não marcada e sem nada anotado.
              A conversa durou três horas, e na saída, ela me leva à porta, mos-
              trando o sistema de cerca elétrica e monitorização por câmera,
              sendo que anteriormente tinha lamentado o corte de um oiti na
              sua porta devido a questões de segurança. Disse ter se alegrado
              com a minha visita, e solicitou que eu a avisasse com antecedên-
              cia, na próxima vez, para ela poder preparar-me um lanche, pois
              não tinha néctar, apenas ambrosia. Achamos bom, você e eu,
              grande mestra, sairmos da rotina para termos uma boa conversa.
                    Ficamos pasmos em ver, sem nenhum exagero, que Dona
              Yvonne Silveira é um caso extraordinário de longevidade, lu-
              cidez e sabedoria. Ainda que alguns digam que ela não é tudo
              o que festejam e os mais próximos reclamem que ela não é tão
              mansa em casa quanto fora dela, sem esforço algum lhe fazemos
              reverências, pois sua dignidade, um grande legado, evoca todas
              as homenagens.














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