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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
          de qualquer excesso de rigor no trato com os seus subordinados. A
          própria constituição de sua família, com uma prole de oito filhos legí-
          timos e mais um por adoção, denota características de humildade em
          seu modo de viver. Um fato marcante para a sua personalidade foi a
          construção de sua casa própria. Sendo ele já comandante, numa épo-
          ca em que todos demandavam o centro da cidade ou os bairros mais
          desenvolvidos, para adquirir “status” social, optou por construir perto
          do quartel, onde ainda não havia qualquer serviço de infra-estrutura,
          mas de onde viria a pé para o trabalho e poderia ser encontrado com
          rapidez, em caso de necessidade. Tal casa, vendida pelos herdeiros
          após seu falecimento, era apenas o andar térreo de um pequeno pré-
          dio construído na parte superior,  que hoje se encontra desocupado.



                                O DESPORTISTA

               José Coelho era um desportista nato, destacando-se entre os
          seus pares na Polícia Militar, não só nos tempos de academia, mas
          também como oficial. Nessa condição, vamos encontrá-lo como inte-
          grante das equipes de basquete e futsal, dos oficiais do 10º Batalhão,
          quando ele era o comandante da Unidade. E como amante do esporte
          empreendeu grande esforço para construção do campo de futebol no
          novo quartel e para o ressurgimento da Associação Desportiva Ti-
          radentes, equipe que participava do campeonato amador da cidade,
          quando essa categoria mobilizava toda a população montes-clarense.
          Mas o destaque nesse setor foi o projeto de construção da praça de
          esportes do Batalhão, em cuja planta constava inclusive uma piscina
          olímpica, a primeira que seria construída na cidade. Como não havia
          recursos oficiais para aquele empreendimento, optou-se pela busca de
          recursos próprios, dentre eles o sorteio de um automóvel “fusca”, com
          a necessária autorização da receita federal. Com esse recurso, visava-se
          também à construção do Colégio Tiradentes. Ao ser substituído no
          comando, deixou o trabalho de fundação da piscina em andamento,
          com toda a ferragem adquirida. Também estava no ponto de laje,

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