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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
              e sendo sucessivamente promovido. Soube ocupar bem, e com digni-
              dade, todos os lugares em que esteve. Meu pai conta-nos que um dia o
              seu pai, trabalhando no balcão dessa casa que o acolhera, fora adverti-
              do pelo patrão de que estava mal trajado, com sua camisa remendada.
              A resposta do meu avô traduziria uma característica sua, que seria um
              dos traços mais conhecidos e admirados da sua forte personalidade:
              “O que ganho não me permite comprar uma camisa nova.” Franque-
              za. Essa sinceridade sem peias, tão rara nos dias atuais, de excessiva
              polidez e pouca confiabilidade, valeu-lhe também uma promoção e
              um aumento. No menino já se notavam os caracteres admiráveis que
              constituiriam o homem.

                    Jayme Rebello, promovido algum tempo depois ao posto de
              “Cometa”, preparava-se para um novo ciclo de viagens. As viagens e
              conquistas haviam escrito o rumo dos portugueses na história da hu-
              manidade. Para a pequena história da nossa família, meu avô trouxera
              esse legado lusitano, em cujo traçado se lia o destemor e o desbrava-
              mento.
                    De Sanjurge ao sertão de Montes Claros; do inverno rigoroso
              das montanhas ao sol inclemente do cerrado mineiro; das postas de
              bacalhau à carne de sol do interior dos gerais. Era um novo chamado
              do destino. Jayme Rebello seguiria em frente.





















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