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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
               Minha mãe levantava de madrugada, fazia biscoitos fritos para
          vender também. Nessa época, eu com treze anos, já ajudava. Tirava
          água da cisterna, bordava à máquina, aprendi a cozinhar e a lavar
          roupa.
               Nessa Rua Dr. Veloso, na venda do Sr. Domingos Braz, depois
          foi a venda de D. Virgínia, onde eu comprava meus cadernos, quando
          estudava na Escola Normal. Ao lado, na outra esquina, foi a casa dos
          filhos do Sr. Juca Cândido: Lincoln, Sinhá, Jesus, Hilda, Nieta e He-
          lena. Nieta era paraplégica, vivia em uma cadeira de rodas. Bordava à
          mão muito bem. Hilda, depois de mais de dez anos que havia faleci-
          do, me apareceu com seu sorriso franco. Acenei para ela. Ela era mo-
          rena, baixa, olhos grandes e escuros, mãos e pés com dedos pequenos.
               Um mês depois, voltando à sua casa com Adenir de Getúlio
          Caires, perguntei por Hilda. Sua irmã Helena disse-me que ela falece-
          ra havia mais de dez anos. Arrepiei-me toda, naquele momento.
               Ainda na Rua Dr. Veloso moravam o Sr. Amândio Soares, sua
          esposa Sá Aurora, os filhos Amanda, Lulu, Nenê, Zaira, Ninha, João,
          Azurém e Francisco. Na esquina, moravam Juca Macedo, sua esposa
          Maria, os filhos Vivaldo, Guilhermina, Joaquim, Alexander, Danilo,
          Tancredo, Rosarinha, Jomar, Therezinha, João Batista e Eustáquio.
          Ao lado, era a morada do Sr. João Chaves, sua esposa D. Mercês e
          seus filhos Ulpiano, Chavinha, Raimundinho, Lígia, Lola, Risoleta,
          Sidney e Henrique. D. Mercês me tratava com especial carinho.

               Na esquina, em frente ao Sr. Amândio, residiu o Sr. Pedro Ro-
          dolfo Revert (que tinha um garimpo de diamantes) com sua esposa
          D. Etelvina e os filhos José, Julieta, Nordina, Julinha, os gêmeos Ge-
          raldo e Maria Geralda. Esta foi minha colega e tinha uma característi-
          ca física interessante: um olho era verde e o outro amarelo.
               Na mesma rua morava o Sr Malaquias, cuja esposa Sá Militona
          fazia doces e biscoitos que comprávamos. Seu filho Agnelo jogava
          vôley conosco, no Ateneu. Na esquina abaixo, em frente ao Sr. Juca

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