Page 69 - VIVENDO E APRENDENDO
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DENTRO E FORA DE CASA









                     dia era o de comemorar a Inconfidência Mineira, o horário já
                     era o da noite, mas o que marca mesmo a minha lembrança
               O é de meu pai ter colocado na mesa da sala um lampião que
               não era o Aladim, pois de luz bem menos intensa. Antes, Silvina já
               estava atarefada na ferveção de água, com aquele tanto de lenha

               para ter mais fogo e atender à pressa. Enquanto as brasas do fogão
               estalavam, ela caprichava no arranjo de uns panos brancos, pareci-
               dos com lençóis pequenos. Do lado de fora do quarto do casal, já
               eram escutados os gemidos e até a respiração ofegante de D. Anália,
               quase o mesmo que eu ouvira de vezes anteriores quando estavam
               para nascer Alaíde e Nilza que como era dito na época, não chegaram
               a vingar, morrendo bem pequenas, aquilo do por e dispor de Deus,
               Ele dá e Ele tira. A azáfama daquela noite era o trailer para a chegada
               de Nair, naquele momento a minha terceira irmã. E não deve ter sido
               tão fácil, porque só a parteira Conceição não deu conta, precisando
               da vinda do vizinho, dr. Osório para resolver a situação. Quando foi
               ouvido o choro da recém-nascida, meu pai deu “graças a Deus” e eu
               fiquei muito alegre, pois já não estava mais sozinho como único filho
               da casa. Terminado tudo a contento, meu pai perguntou quanto ele

               tinha que pagar e o dr. Osório respondeu:
                     - O preço é dar a menina para Benzinha e eu batizarmos. Mas
               primeiro é preciso aguardar a vinda do padre Horácio.

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