Page 58 - DEUSA DAS LETRAS
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Dário Teixeira Cotrim (Org.)
Reservo-me apenas o direito de falar sobre a minha rela-
ção com Dona Yvonne. Sempre ouço a maioria das pessoas se
referirem a ela como sua antiga professora. Não tive esse privilé-
gio, pois quando cheguei a Montes Claros, já havia passado essa
fase da minha vida. Minha história com Dona Yvonne começou
através das letras.
Quando escrevi meu primeiro livro, isto em 1997, sabe-
dora que ela era a Presidente da Academia Montesclarense de
Letras, achei por bem convidá-la para o lançamento, que foi
feito sem as honras de qualquer Academia, eu ainda neófita e
inexperiente nesse mundo novo que se abria para mim. Ela com-
pareceu atenciosa e usou da palavra com maestria como sempre,
comparando o meu livro “Memórias de um álbum de família”
em que mostrava as lutas, dificuldades e vitórias da nossa família
a uma peça “Álbum de família” de Nelson Rodrigues, que ao
contrário, mostrava uma família desequilibrada, eivada de pai-
xões incestuosas e perversões diversas.
Foi aí o meu primeiro contato mais próximo com Dona
Yvonne. Tempos depois, conhecendo minhas crônicas publica-
das semanalmente no antigo “Jornal do Norte”, convidou-me a
ingressar na Academia, o que protelei por alguns anos, porque
trabalhando durante o dia e estudando à noite, senti que não
poderia me dedicar a esse novo mister, como gostaria. Até que,
livrando-me de alguns compromissos, decidi aceitar o seu con-
vite e em 07 de agosto de 2002 tomei posse na Academia, ocu-
pando a cadeira nº 1, que tem como patrono o Desembargador
Velloso, Fundador o Dr. Antônio Augusto Veloso e 1ª sucessora
a Irmã Maria de Lourdes.
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