Page 47 - DEUSA DAS LETRAS
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A Deusa das Letras


              dela, principalmente das muitas palavras de incentivo à leitura e
              à escrita. Como a sua estreia no magistério foi aos doze anos, ela
              teve no mínimo oitenta e oito de oportunidades para despertar
              vocações, quase um século de benfazeja prestação de serviços à
              cultura.
                     Disse muito bem Charles Chaplin que a vida é uma peça
              de teatro que não permite ensaios. É preciso que a gente cante,
              ria, dance, chore e viva intensamente cada momento, antes que
              a cortina se feche e a peça termine sem aplausos. Acrescenta Fer-
              nando Pessoa que o valor das coisas não está no tempo que elas
              duram, mas na intensidade com que acontecem. E é por isso
              que existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pes-
              soas incomparáveis. Não seria exagero dizer que os dois mestres
              – sem conhecer Yvonne Silveira - escreveram isso tempos atrás
              baseados num modelo nela inspirado ou que ela inspira. Neste
              momento em que escrevo, ela está comemorando e ajudando a
              comemorar o Dia Internacional da Mulher, desfilando nobre-
              mente num escaldante sol de Verão, por vontade própria e aten-
              dendo a um convite do Rotary de Montes Claros-União. Estou
              quase certo de que ela estará sendo fotografada e dando uma
              entrevista para os repórteres da TV e apresentando ideias para
              a moçada dos jornais e das rádios. Voz de moça de trinta anos,
              com toda uma lógica no raciocínio e uma perfeita coerência de
              ideias. Numa rara queixa esta semana, ela me disse, por telefone,
              que acha que está envelhecendo, pois se vê distraída, sentindo
              umas tonteiras e tendo dificuldade para subir escadas. Claro que
              velha seria a avó dela se ainda estivesse viva.

                    De publicação, Yvonne Silveira tem Montes Claros – Crô-
              nicas, “Cantar de Amigos - Poemas, História do Elos Clube de



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