Page 38 - DEUSA DAS LETRAS
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Dário Teixeira Cotrim (Org.)


               Naquela noite ela chorou, pois completara um ano de au-
          sência do seu amado, e, assim, com face de anjo sorrindo, co-
          mentou sobre meu livro, sua voz melancólica marcava o choro
          sentido e um semblante que consentia.
               Na sua frente, percebi como tudo é necessário, físico e
          mental, como a vida é mágica. Tive um encontro histórico onde
          captei plenitude, generosidade e doçura. Uma senhora de tama-
          nha gentileza que me conduziu como a uma filha e demonstrou
          a satisfação deste encontro, pude sentir a mesma emoção que
          pensava estar perdida. Ainda sinto sua energia espetacular.
               Nas reuniões da Academia, onde somos confreiras,  regada
          por suas sábias palavras, sempre me emociono junto com ela,
          aprendo demais e saio de lá encantada pela lição de vida e em-
          penho que transmite.
               Ainda em sua presença,  tudo que disse é marcante,  achou
          detalhes nas entrelinhas dos meus poemas, que merecem ama-
          durecimento e, eu a admirava cada vez mais.

               Mas não conseguia esquecer o momento que ela vivia – ah!
          como queria viver um amor assim. Saí de lá agraciada, extrema-
          mente feliz e levando as preciosas folhas escritas à mão, por ela.

               Dona Yvonne,  é um prazer  enorme  ouvir  sua voz,  sentir
          suas mãos tocar as minhas. São divinas, mãos de uma mestra,
          uma senhora de Deus.











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