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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
          travessas e até mesmo em vilas. Afinal de contas, diria o colunista
          social, isto acontece nas melhores famílias, logo Montes Claros não
          seria a única exceção.

               Julgava no princípio que a primeira telefonista fosse D Anézia
          Santos, que ainda continua prestando seus serviços relevantes à Tele-
          mig. Esta suposição não é minha. Fiz uma pesquisa sobre o problema.
          Algumas pessoas, por exemplo, chegaram até jurar pelas chagas do
          Senhor do Bonfim que a primeira telefonista fosse D Anézia Santos.
          Ficaria também muito feliz se fosse ela, já que sempre foi uma efi-
          ciente funcionária, tanto é verdade que sempre é homenageada pela
          empresa, mas não é ela. Há, porém, uma verdade. D Anézia Santos é
          realmente a primeira funcionária da Telemig, quando aproveitamento
          do pessoal da Cia Telefônica de Montes Claros pela Telemig, foi D
          Anézia logo transferida para a nova empresa.
               A primeira telefonista de Montes Claros foi a então bela e in-
          teligente jovem Lili Fernandes Pinto, de linhagem familiar musical,
          filha de Henrique Fernandes Ferreira e de Ana Jordelina Fernandes
          Pinto, nascida em 1920, em Montes Claros, morando ainda na Rua
          Dr. Veloso 705, defronte do Hospital Santa Terezinha.

               O ingresso de Lili Fernandes Pinto, em fins de 1938, na Cia
          Telefônica de Montes Claros, foi através de sua irmã Antonina Lisboa
          Fernandes, mais conhecida na intimidade por Nina. Está, na época,
          lecionava em Rio Pardo de Minas. Minas Gerais. Um dia D. Umbe-
          lina, mãe do finado “seu” Hildebrando, conversando com D. Nina,
          lá mesmo em Rio Pardo, perguntou se ela não conhecia alguma moça
          do seu relacionamento, capacitada, para trabalhar como telefonista
          com o seu irmão. D Nina então respondeu que sua irmã Lili corres-
          pondia todas as exigências, a começar pela voz, já que era cantora da
          ZYD-7 com o nome de Maria Marly. Era de boa aparência, muito
          inteligente, tendo concluído o Curso Normal no Colégio Imaculada
          Conceição, em 1935, com apenas 15 anos de idade. Regressando a
          Montes Claros, D. Nina procurou logo “seu” Hildebrando, já com

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