Page 103 - VIVENDO E APRENDENDO
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WANDERLINO ARRUDA

               sor Joaquim Rolla, ainda aos sete e pouco, Dona Adelina, primeira
               professora de escola pública, considero o meu amigo Aníbal Rego
               meu melhor mestre de todos os tempos. Com ele aprendi, Histó-

               ria, Geografia, Matemática, Astronomia, Política, Religião, Literatura,
               Linguística, Gramática, Antropologia, Civismo, tudo com inicial mai-
               úscula. Ainda tudo relativo a organizações militares, ele um gênio no
               assunto desde a prestação de serviço no Exército em várias regiões
               do país. Aprendi muito com Seu Antonino, Ageu, Renato, Laury, Ma-
               ciel e João Rego, Nenenzinho, Lúcio Miranda e Dudu Cunha. E muito
               mais quando Osmar chegou de São Paulo, ninguém mais grã-fino e

               bem-informado do que ele. Foi em Taiobeiras que me aperfeiçoei na
               criação de charadas e palavras cruzadas, além da redação de cartas
               e notícias. Foi de Taiobeiras que comecei a publicar palavras cruza-
               das, charadas e pequenos textos na Revista Libertas, da Polícia Mi-
               litar (Belo Horizonte) e na Revista da Marinha e Rádio Nacional (Rio
               de Janeiro). O mais curioso é que, semanalmente, às terças-feiras,
               eu trocava minhas criações com criações dos oficiais da FAB, que
               faziam o Correio Aéreo. Capitães e majores – pilotos e engenheiro de
               bordo – nunca deixaram de levar suas charadas e palavras cruzadas

               para o menino que eles mostravam muito admirar. Imagine encontra-
               rem, no interiorão a 1.200 quilômetros do Rio e São Paulo, um garoto
               de quinze anos em condições de competir com eles. Tornamo-nos
               realmente grandes amigos, até que me mudei para Montes Claros.

                     Não foi tão grande o meu tempo em Taiobeiras, já que che-
               gamos em maio de 1949 e eu saí em janeiro de 1951, um ano e
               meio.  Um  lindo  tempo  de  aprendizagem  em  todos  os  setores  da
               vida, fazendo-me chegar para viver em Montes Claros praticamente
               como um adulto, consciente de todos os direitos e deveres e um

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